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Uma nova receita de sururu

Sábado, 11 de dezembro, foi dia de ver o sol se pôr na nossa Lagoa Mundaú que, apesar do desgaste, ainda é uma benção para a comunidade da Favela Sururu, dando sustento e muita diversão aos seus moradores. Vi crianças brincando nas águas doces, e a gente emerge nesse mundo onde as águas da lagoa trazem felicidades. Também ouvi o depoimento de João, e são muitos Joãos e Marias que nasceram na beira da lagoa e vivem da pesca do sururu, as vezes madrugada adentro, para que a gente possa comer a tradição alagoana no leite de coco ou no capote (casca). Quando a pesca está boa, rende 50 quilos diários.

Sururu no leite de coco, uma tradição alagoana

Participar dessa experiência do passeio, da pesca, assistir ao pôr do sol e saborear o sururu, é a proposta que nasceu no Festival Mãe Lagoa Mundaú, na orla lagunar, no Vergel do Lago.  O evento, realizado pela Prefeitura de Maceió e a ONG Gerando Falcões, visa a integração social entre os moradores, além de integrar cultura, gastronomia e turismo de experiência na Lagoa Mundaú, na chamada Rota do Sururu.

Pescador mergulha para mostrar como acontece a pesca do sururu

Fiz o passeio a convite da secretária Patrícia Mourão da Secretaria Municipal de Turismo Esporte e Lazer, que abraçou a ideia do turismo de experiência, onde a comunidade e a natureza são os principais atores. E o que eu vivi foi muito bom, pude entender mais sobre o sururu que chega à nossa mesa graças a mãe natureza e o trabalho artesanal de milhares de pescadores que retiram da lama o seu sustento diário.

Aqui,  na torcida para que a  Rota do Sururu, um sonho delicioso, vire realidade o mais breve possível, lembrando que o nosso molusco é até música de carnaval:

No passeio de barco é feito pelos próprios pescadores da Favela do Sururu

“É da favela? Não, Nêga Juju/ Nasceu num rancho da terra do sururu/ Quadris roliços, o cabelo atrapalhado/ Quem vê diz que traz feitiço no olhar apimentado/ Cavando a vida no Canal do Mundaú/ Pesca caboclo, maçunim e sururu/Em Bebedouro, no Farol, na Ponta Grossa/Com o sururu da nêga a folia é nossa/ Não há petróleo, não há porto, não há nada/O bom problema é o sururu lá na Levada”.

Sururu da Nêga

Aristóbulo Cardoso e Pedro Nunes – 1934

Quem nunca saboreou um caldinho de sururu no leite de coco, que atire a primeira pedra! Impossível: esse bichinho da lagoa todo mundo já comeu, do nativo ao turista, do rico ao pobre. Sabor é aguçado e, se cozido no capote, fica ainda mais acentuado ao paladar. Mas, tradicionalmente, é oferecido despido de sua casca negra, embebido ao leite de coco. Contam que é afrodisíaco.

Sururu de capote com pirão, tradição alagoana. Foto do Bar Cachorro Engarrafado

Valeu, Luciana Calheiros (Diretora de Estruturação do Destino)

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