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Comida de mãe a gente nunca esquece

Omelete da minha mãe, dona Nia: receita simples com recheio de carne

Omelete da minha mãe, dona Nia: receita simples com recheio de carne

Quando conheci Maria dos Santos Cavalcante, famosa pela feijoada Maria da Gorda, fiquei fã. Conversei com ela na cozinha, porque a nossa chef não gosta de ficar distante de suas panelas. Embevecida pelo aroma de feijão com charque, perguntei como aprendeu a cozinhar. Sem mistérios ela respondeu: “Casei cedo, com 16 anos, tive quatro filhos e precisei colocar a cabeça para funcionar. Primeiro fiz feijoada por encomenda, depois veio o restaurante”.

Maria Gorda, como é conhecida, está entre tantas mulheres – Marias e mães – que transformaram o talento de cozinhar em bom negócio. São empreendedoras natas, abriram seus estabelecimentos como um grito de independência, uma forma de garantir uma vida digna e mais próspera para si e para sua família. E, claro, o tempero caseiro é caso de sucesso em qualquer lugar do mundo.

Este tempero de mãe com sabor de amor é o segredo da boa cozinha. São inesquecíveis, por exemplo, os bolinhos de feijão com arroz, ou farinha, misturados a nacos de carne guisada, feitos pelas mães (especialmente as nordestinas) faziam para a filharada comer como se fosse uma deliciosa brincadeira. A sopinha de legumes nos dias de doença era, e é, coisa do dengo de mãe – “Meu filho você tem que comer para ficar forte”.  Comida feita pela mãe é nosso primeiro prazer, um sabor gravado no coração.

Para homenagear as mães fiz um roteiro com cinco dicas da gastronomia popular, das mulheres que labutam nos fogões para nos dar o melhor.

Também publico no final do post  uma receita de minha mãe. Aprendi desde menina e gosto de fazer até hoje: Omelete de carne, simples e deliciosa.

Feijoada da Maria Gorda, com 16 anos de sucesso, tem fartura de charque, e até banana da terra e batata doce

Feijoada da Maria Gorda

Feijoada da Maria Gorda, com 16 anos de sucesso, tem fartura de charque, e até banana da terra e batata doce. A guaria é líder de vendas, tanto é que se for lá comer, deve ficar atento ao horário, porque tem dias que às 13h não tem mais um grão de feijão para contar história.

Feijoada da Maria Gorda – Travessa Edgar Barros Monteiro, 120 – Santos Dumond – Telefone: 3354.1649

Maria Furadinha: o melhor charque de Alagoas cozido com feijão

Maria Furadinha: o melhor charque de Alagoas cozido com feijão

 

O Feijão com charque, a vedete do bar Maria Furadinha, chega à mesa em porções separadas: feijão, arroz, farofa e a carne, super macia. O tempero é simples, caseiro e, o melhor de tudo, com sal da carne na medida certa. Com mais de 40 anos de cozinha, a simpática Maria do Carmo de Carvalho (nossa Maria Furadinha) não erra a mão.

Maria Furadinha – Barra Nova, Marechal Deodoro – Mais informações – 8806.4118

 

 

Para acompanhar a galinha ao molho pardo: arroz com açafrão, feijão caseiro, farofa e salada crua

Galinha ao molho pardo da Lourdes: arroz com açafrão, feijão caseiro, farofa e salada crua

Lourdes é uma dama da gastronomia popular de Alagoas, o sucesso da iguaria deve-se ao molho de textura aveludada e sem acidez. Nas suas panelas ela só usa galinha velha, para garantir o sabor. Para acompanhar, arroz com açafrão, feijão caseiro, farofa e salada crua. Dona Lourdes aprendeu a usar novos temperos, como açafrão e salsinha, durante o período em que viveu em São Paulo, trabalhando como cozinheira. “Meus clientes chegam ao restaurante e pedem o arroz de capim, por causa do açafrão”, diz Lourdes.

Restaurante da Lourdes – Rodovia Edval Lemos S/N – Povoado Pedras – Marechal Deodoro -Telefone (82)3263.1826

Peixada para almoço é de primeira; farta, vem com pirão, arroz e duas postas de peixe arabaiana, no valor de R$ 28,00.

No Rogildo, destaco a peixada é farta, vem com pirão, arroz e duas postas de peixe arabaiana

O pirão feito com leite de coco natural e com caldo do peixe arabaiana… Como disse o mestre pernambucano Gilberto Freyre: “O pirão é a gloria do Brasil”, eu declaro que o preparado pela Silvia dos Santos, no Bar do Rogildo, é a “Gloria Alagoana”. Pois a Sílvia   – chef do Bar do Rogildo e esposa do próprio – pode se vangloriar à vontade, pois ela sabe a quantidade certa do leite de coco para não cobrir o sabor do peixe, nem ficar pesado e enjoativo.

Bar do Rogildo – Rua Augusto Barreto, nº 90, Bebedouro – Telefone: 3358.6327

Porção média do bacalhau é farta, deliciosa, e o tempero é o mais simples possível, realçando o sabor do peixe

No Bar do Camarão , o bacalhau preparado pela Marta é farto, delicioso, e tem tempero de mãe

O nome do bar “Camarão” sugere que o carro chefe da casa é crustáceo, e até tem, mas ele não é o rei do pedaço, quem manda mesmo no coração dos clientes é a dobradinha, especialidade da casa que existe há 34 anos na antiga Amélia Rosa, bairro da Jatiúca. Mas o bacalhau desfiado com tomate, cebola, pimentão, coentro e batatas também é outro sério concorrente à condição de prato favorito. As duas iguarias preparadas pela Marta são bem quistas pelos comensais.

Bar do Camarão – Avenida Antonio Gomes de Barros (antiga Amélia Rosa), Jatiúca – 1550 – Telefone: 3357.5144

 

Ingredientes para fazer um omelete simples e saboroso

Ingredientes para fazer um omelete simples e saboroso

Receita Omele de dona Nia

Ingredientes

4 ovos

2 xícaras de carne moída

2 colheres de sopa de farinha de trigo

1 tomate

1 cebola

Meio pimentão

Sal e pimenta do reino a gosto

 

Modo de fazer

Separe as claras da gema.

Bata as claras sem atingir o ponto de neve, misture as gemas, adicione a farinha de trigo e sal a gosto.

Esquente o óleo ou manteiga (pouco apenas para untar) de preferencia numa frigideira antiaderente (pequena) e vá colocando a massa da omelete. Em seguida deite a carne moída e por fim dobre no formato de tapioca.

Deite a carne moída e por fim dobre no formato de tapioca

Deite a carne moída e por fim dobre no formato de tapioca

A receita da omelete minha mãe é daquelas não escritas, de domínio público. Ela fazia de memória, sem medidas. Para o blog fiz anotando as medidas que me acostumei. Espero que gostem, e a omelete (Aurélio nos diz que é palavra feminina) pode receber outros recheios, de frango, queijo, legumes, carne do sol, camarão…

 

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